Dicas do cerejal

Estratégias caseiras mais ou menos para todos

20 Fevereiro, 2015

Onde estavam no dia 19 de Janeiro de 2013?

Um texto repescado do facebook só para desenjoar dos escritos da maternidade e coisa e tal (e a piscar o olho a comentários de homens só para não dizerem qu’este blog é só para gajas e coisa e tal)

 

Manual de sobrevivência para mais de 24 horas sem luz

No fim-de-semana passado, como toda a gente se lembra, fomos assolados por um temporal que não deixou ninguém indiferente. Cá por casa, a partir das 11h de sábado, não houve luz até ao final do dia seguinte. Muitos amigos continuaram sem a dita energia durante vários dias e posto isto, resolvi partilhar a minha experiência e editar este manual. Sei agora que alguns tarecos que estive quase para deitar fora, salvaram o fim-de-semana, bem como o facto de ter fogão a gás.

1 – Afinal as velas decorativas e afins dão MUITO jeito. Eu não sou nada freak das velas: passei a ser. Mas há uma linha de orientação para comprar velas. Ter duas ou três das decorativas e com cheiro, chega. A seguir, apostem num bom castiçal para colocar, pelo menos, 6 velas compridas (brancas, do mais barato que encontrarem) e em velas que venham em recipientes transparentes. Encostem o castiçal a uma parede branca para terem mais luz. Fósforos ou isqueiros, também é preciso ter em quantidade.

2 – Pilhas, muitas pilhas. Já tinha uma lanterna que funciona a pilhas, mas se não houver pilhas (e assim escrevo 4 vezes a palavra pilhas na mesma frase…5, agora), de que adianta ter a lanterna, certo? Também serviram para alguns dos itens abaixo.

3 – Quando se vive na era da informação, se está debaixo de um temporal, não se tem luz, tv, telefone e net, entra-se em parafuso. O meu moço tinha comprado, por altura da guerra do Golfo, um rádio de ondas curtas que funciona a pilhas (lá está) e trouxe-o de Macau e estive quase para o encaixotar num sítio onde nunca mais seria visto. Deu imenso jeito, porque assim estivemos ligados ao mundo.

4 – Como se entretêm duas crianças de quase 20 meses, sem luz? Ah e tal, cantar, jogar, brincar. Pois, mas a mãe canta mal cumó caneco! O papá tinha comprado para as cachopas um órgão a pilhas (outra vez) que tem músicas pré-gravadas; serviu para passarmos o tempo a dançar e a fazer coreografias.

5 – Comida. Com água e gás, mesmo sem luz, tudo é possível. O frango que tinha sido descongelado para assar no forno, passou a guisado com cebolada. Mas e a sopa para as meninas se não há luz para a varinha mágica? O passe-vite com alguns anos que nunca o moço me deixou deitar fora, resolve a coisa. Mas dá cá uma trabalheira. Opção: fazer canja e os legumes são comidos junto com a refeição. Aquecer o leite? À antiga, no fervedor, no fogão. E o que está no congelador? Felizmente, a arca estava nas últimas, mas decidimos cozinhar primeiro o que já está mesmo descongelado, convidar a filha dos vizinhos para jantar, cozinhar entradas típicas das festas (camarões, ameijoas, por aí). Felizmente, também, é inverno e o frigorífico não aquece depressa e assim, podem-se ir comendo os iogurtes, a manteiga, o fiambre, o leite.

6 – Café. Para uma viciada, que fica com uma monumental dor de cabeça se não bebe café de manhã, isto é um verdadeiro drama. Valeu-me a cafeteira, clássica, de enroscar e ter café moído em casa. Para quem só tem máquina de café a pastilhas, tenham sempre um pacotinho pequeno de café moído para estas eventualidades.

7 – Banho. Não há e pronto. Porque a caldeira, mesmo sendo a gás, precisa de estar ligada à eletricidade, porque é digital e programável e blábláblá. No caso das meninas, é mais problemático. Já estava preparada para dar banho na sala, em frente à lareira, numa banheira de bébé que estava lá para dar a alguém, a aquecer panelas de água no fogão. Só visto. Esperei até à última. A luz veio, mesmo quando já tinha tudo preparado.

8 – Aquecimento. Quem tiver lareira ou salamandra, está safo, desde que tenha lenha em casa, claro. Quem não tem, veste mais camisolas e meias e anda a correr e a saltar pela casa.

9 – Telemóvel. Lá em casa, houve telemóvel, mas estavam quase a ficar sem bateria. Aqui a miúda tem sempre um carregador de telemóvel no carro…dá jeito, não dá?

10 – Corolário positivo: para quem andava preocupada com a conta da luz e a tentar poupar em alguma coisa, naquela casa não se gastou um cêntimo em mais de 24 horas.

11 – Resposta para quem diz “ah isso é agora que toda a gente está mal habituada, porque no meu tempo, não tínhamos luz, nem frigoríficos e fomos criados”. “Então, vou ali desligar-lhe o contador da luz e arrancar os fios todos, e assim passa a viver como antigamente já que era tão bom”. Hummpfff! É irritante isto, não acham?

 

Bom fim-de-semana!

rambo

Cerejinhas Rambo

  • Responder
    23 Fevereiro, 2015 às 15:22

    Gosto muito… devíamos de vez em quando retirar estas coisas da nossa vida… 🙂

    • Responder
      mamã cereja
      25 Fevereiro, 2015 às 12:58

      Obrigada 🙂

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